Cristãos enfrentam cada vez mais perseguição religiosa na América Latina

Milhares de cristãos, especialmente em Cuba, Haiti, México e Nicarágua, estão presos em um ciclo de intimidação e violência.

Perseguição a cristãos aumenta na AL. (Foto: Unsplash/IIsmael Paramo)

Em toda a América Latina, os cristãos enfrentam crescente perseguição por sua fé em Jesus, frequentemente por parte de regimes comunistas, cartéis de drogas e gangues brutais, relata a International Christian Concern.

Milhares de cristãos, especialmente em Cuba, Haiti, México e Nicarágua, estão presos em um ciclo de intimidação e violência.

Cuba

O regime comunista de Cuba mantém um controle estrito sobre as instituições religiosas no país, que são obrigadas a se registrar no Gabinete de Assuntos Religiosos (ORA) para poderem se reunir.

Indivíduos associados a organizações religiosas não registradas são considerados criminosos e estão sujeitos a assédio e possível detenção.

A ORA distribui registros religiosos sem seguir um conjunto fixo de normas, o que a permite decidir quais instituições podem conseguir uma licença e quais devem operar ilegalmente. Frequentemente, retém o registro de uma organização se esta for considerada desleal à autoridade cubana.

Muitas instituições cristãs são vistas como ameaças ao governo cubano devido à sua oposição às violações dos direitos humanos pelo regime. Como consequência, as igrejas cristãs têm suas licenças negadas indiscriminadamente e ficam expostas ao assédio ou ao fechamento sob falsos pretextos.

Além disso, um relatório de 2024 da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) afirmou que uma nova legislação cubana permite o potencial direcionamento de observadores religiosos.

O relatório afirma: "Em maio de 2023, o governo cubano aprovou a Lei da Comunicação Social, que codifica amplas proibições à expressão pacífica, incluindo a expressão religiosa que critica o governo".

Nicarágua

Governado por Daniel Ortega, o regime comunista da Nicarágua vê qualquer grupo ou indivíduo que não demonstre lealdade total ao seu poder como uma ameaça.

Muitos membros do clero católico têm se manifestado abertamente contra as injustiças humanas perpetradas pelo governo autoritário, tornando-se alvos do regime.

De acordo com o relatório anual da USCIRF, "entre 26 e 31 de dezembro [de 2023], o governo [da Nicarágua] prendeu arbitrariamente muitos clérigos — particularmente aqueles que criticaram a liberdade religiosa e as condições dos direitos humanos na Nicarágua".

México e Haiti

Tanto o México quanto o Haiti registraram aumentos na opressão aos cristãos, em grande parte devido à presença mais proeminente de cartéis criminosos e à escalada da violência das gangues.

México enfrenta ameaças persistentes de cartéis de drogas que continuam a desafiar a autoridade do governo.

Cristãos que se opõem às atividades ilegais dos cartéis no país são vistos como uma ameaça e tornam-se alvos dessas organizações. À medida que os cartéis ganham força e as autoridades mexicanas legítimas perdem terreno, os cristãos continuam vulneráveis.

Além disso, as gangues no Haiti praticamente assumiram o controle do Estado, tornando difícil para os cristãos praticarem sua fé sem medo de serem apanhados no fogo cruzado dos ataques de gangues e do crime.

O governo haitiano tornou-se cada vez mais corrupto e dependente de gangues de rua para fazer cumprir a lei, o que levou o país ao caos nos últimos meses.

De acordo com a Associated Press, "a causa imediata mais importante [do caos] é... a crescente dependência dos governantes haitianos das gangues de rua. Há décadas que o Haiti não tem um exército permanente ou uma força policial nacional robusta e bem financiada."

Segundo a Christianity Today relatou em abril de 2024, alguns cristãos haitianos "arriscam suas vidas ao atravessar os postos de controle de gangues a caminho da igreja".

As autoridades haitianas raramente punem as gangues por suas atividades criminosas, fazendo com que muitos cristãos se sintam inseguros.

À medida que o comunismo e a ilegalidade se tornam comuns em Cuba, Haiti, México e Nicarágua, novos ataques aos cristãos parecem inevitáveis, diz a ICC.

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