Após 7 anos preso, Ebrahim Firouzi morreu no início deste ano, no exílio. Em uma entrevista, divulgada só agora, ele afirmou que nunca se arrependeu de ter se convertido.
Ebrahim Firouzi morreu em decorrência de um ataque cardíaco no Irã (foto: Article18). |
O Irã é um país predominante muçulmano e o governo islâmico persegue os cristãos, proibindo igrejas, Bíblias e evangelismo.
Líderes e cristãos descobertos podem enfrentar prisão e tortura, principalmente se deixaram o Islã para seguir a Cristo.
Apesar da forte perseguição, a igreja secreta continua crescendo no país, segundo um relatório da organização Artigo 18.
“No final de 2023, pelo menos 17 dos cristãos presos durante o verão receberam sentenças de prisão entre três meses e cinco anos, ou punições não privativas de liberdade, como multas, flagelação e, num caso, o serviço comunitário de cavar sepulturas”, afirmou o relatório.
O cristão Ebrahim Firouzi se tornou conhecido como um dos alvos do governo iraniano, após enfrentar anos de prisão injusta.
Ele passou 7 anos preso, após ser acusado de apostasia por ter se convertido ao cristianismo e de participar de uma igreja doméstica.
Na eternidade com Jesus
No dia 20 de fevereiro deste ano, Ebrahim faleceu no exílio, devido a um ataque cardíaco, e agora está desfrutando da eternidade com Jesus, como sempre sonhou.
Recentemente, uma entrevista com ele gravada há 4 anos – enquanto cumpria dois anos de exílio interno – foi divulgada pela Rádio VOM, da organização que apoia cristãos perseguidos, “A Voz dos Mártires”.
Na entrevista, o jovem contou como enfrentou os anos na prisão e falou de seu desejo de levar a esperança do Evangelho ao povo oprimido de sua nação.
"Minha única prioridade era que as pessoas pudessem ouvir e receber a Palavra de Deus”, disse Ebrahim.
Perseguição constante após conversão
Os problemas de Ebrahim com as autoridades iranianas começaram em janeiro de 2011, por causa de sua conversão ao cristianismo. Ele foi acusado pelos promotores de evangelizar, de apostasia, pois deixou de ser muçulmano, e por associação com grupos externos.
Na época, o cristão recebeu uma sentença de 10 meses de detenção. Depois de ser liberto, Ebrahim continuou compartilhando o Evangelho, corajosamente.
Em março de 2013, Ebrahim foi detido novamente, quando quatro agentes de segurança à paisana invadiram seu escritório. Ele ficou detido por 53 dias na notória ala 209 da prisão de Evin, em Teerã.
Ativistas cristãos disseram que, durante esse período, ele foi submetido a "intenso interrogatório" por dez dias consecutivos.
Depois de passar sete anos no cárcere, o cristão perseguido foi libertado sob fiança temporariamente. Porém, um tribunal iraniano o condenou novamente, dessa vez, a dois anos de exílio interno em Sarbaz, uma área remota ao longo da fronteira do Irã e do Paquistão.
As autoridades iranianas alegaram que ele era responsável por "propaganda contra o regime islâmico, evangelismo, contato com agentes anti-islâmicos no exterior e administração de um site cristão".
Focado na recompensa eterna
Na entrevista à Rádio VOM, Ebrahim declarou, que apesar de todo o sofrimento que passou, não se arrependeu de ter entregado sua vida a Cristo e abandonado o islamismo. "Nunca me arrependo do meu testemunho de Cristo", disse.
O cristão iraniano já havia desapegado de sua vida terrena e estava focado em receber a salvação eterna.
"Pela graça de Deus, aguentei alguns anos na prisão em troca de uma eternidade com Ele”, testemunhou.
A Voz dos Mártires pediu oração por pastores e cristãos que estão presos hoje no Irã, por amor a Cristo.
O país ocupa a 9ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.