Mais de 4.000 casos de agressão e ameaça a judeus foram registrados no país, metade ocorreu após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Levi Meir Clancy). |
Casos de ódio a judeus aumentaram 80% na Alemanha em 2023, revelou um novo relatório da Associação Federal de Departamentos de Pesquisa e Centros de Informação sobre Antissemitismo (RIAS).
Segundo o levantamento divulgado na terça-feira (25), 4.782 casos de ódio a judeus foram registrados na Alemanha só no ano passado. Destes, 2.787 aconteceram após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel em 7 de outubro.
Desde o ataque até o fim de 2023, cerca de 33 casos antissemitas ocorreram por dia no país. 66% dos incidentes que envolveram "violência extrema, agressões e ameaças" também ocorreram após o 7 de outubro.
“Os massacres antissemitas e os ataques terroristas em Israel motivam as pessoas na Alemanha a se engajarem em comportamentos antissemitas", explicou Bianca Loy, pesquisadora do RIAS e coautora do estudo.
"Muitos estereótipos antissemitas bem conhecidos foram atualizados e aplicados aos massacres do Hamas e à guerra em Israel e Gaza”, acrescentou.
E Bianca destacou: “A violência contra os judeus tem sido justificada, banalizada ou negada".
De acordo com a pesquisadora, muitos judeus estão escondendo suas identidades judaicas devido ao crescimento do antissemitismo na Alemanha. “Alarmante e inaceitável", comentou ela.
“O aumento sem precedentes de incidentes antissemitas deve ser entendido como um alerta", afirmou Benjamin Steinitz, diretor-gerente do RIAS.
"O Estado tem a responsabilidade de garantir que os judeus possam participar com segurança da vida cívica”.
O antissemitismo também aumento na França, onde o caso de uma menina de 12 anos estuprada por seu judia chocou o país.
No país que tem a maior população judaica e muçulmana da Europa, as autoridades registraram 366 atos antissemitas nos primeiros três meses de 2024, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o primeiro-ministro da França, Gabriel Attal.