A perseguição e os desafios enfrentados por cristãos secretos no Egito revelam a coragem que permeia sua fé

Qualquer cristão que se converte do islamismo no Egito pode ser alvo de violência ou até mesmo morte

Coragem e esperança em meio ao sigilo

Por que um cristão esconderia sua fé em Jesus ao invés de testificar sobre ela ao mundo? Não há resposta simples para essa pergunta. O próprio Jesus afirmou que “não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte” e que “ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado e, assim, ilumina todos os que estão na casa” (Mateus 5.14-15).   


Mas, desde o início da fé, cristãos são levados a adorar a Jesus em segredo, arriscando tudo para segui-lo. Imagine a dor que esses cristãos sofrem, forçados a esconder sua fé ao invés de proclamá-la. Às vezes, esses cristãos secretos revelam sua fé em sussurro para um filho ou uma esposa. Às vezes, compartilham seu testemunho na igreja doméstica secreta. Em cada exemplo, existe coragem e esperança em meio ao sigilo.   
 


Um lugar onde os cristãos precisam muitas vezes manter a fé em segredo é no 
Egito, 38º colocado na Lista Mundial da Perseguição 2024. Nessa nação árabe, qualquer cristão que se converta do islamismo pode ser alvo de violência ou até mesmo morte. No país, existe uma população cristã considerável, de 9,8 milhões, embora o número oficial fornecido pelo governo seja diferente. Apesar da visibilidade das igrejas cristãs e da duradoura história do cristianismo no Egito, cristãos são muitas vezes alvo de escrutínios injustos, principalmente devido à cultura islâmica predominante.   


A relutância do governo em reconhecer o verdadeiro tamanho da comunidade cristã contribui para que os cristãos sejam vistos com suspeita. A falta de compreensão sobre a teologia cristã entre a população muçulmana aumenta ainda mais a tensão. Cristãos são, muitas vezes, rotulados como “infiéis”, acusados de adorar múltiplos deuses e ler escrituras corrompidas, além de acreditarem na deidade de Cristo.    
 


Cristãos são infiéis?
 


A falta de compreensão sobre a teologia cristã entre a população muçulmana aumenta a tensão já existente 


Por causa de todos os conceitos bíblicos que parecem incompatíveis com as crenças islâmicas, insere-se na cultura e mentalidade egípcia a ideia de que cristãos são infiéis. Essa falsa visão pode motivar radicais que acreditam que sua principal meta é pressionar e forçar cristãos a se converterem ao islamismo. Esse preconceito fundamental contra cristãos se manifesta em forma de discriminação, abrangendo maus-tratos e violência.   
 


A conversão de muçulmanos ao cristianismo no Egito acarreta profundas mudanças, principalmente devido às ramificações sociais e familiares. Para os muçulmanos, o islamismo está profundamente entrelaçado a sua identidade, então, os que professam abertamente a fé em Cristo se arriscam a consequências severas, como ostracismo, perda de emprego e até perseguição por membros da família e autoridades.   
 


As mulheres, em particular, enfrentam dificuldades adicionais, muitas vezes suportando confinamento, abuso e privação de necessidades básicas. A incapacidade de mudar oficialmente sua identidade religiosa e os desafios para criar filhos com uma identidade religiosa dupla também complica a situação delas.  
 


Apesar desses desafios, a comunidade cristã no Egito continua a perseverar, sendo fortalecida em sua fé. Na sociedade egípcia, há uma busca contínua por um tratamento igualitário, destacando a importância de promover tolerância, compreensão e respeito pela diversidade religiosa.
 


Ajuda emergencial no Egito 


Cristãos secretos no Egito são assistidos em questões econômicas, sociais e espirituais, permitindo que resistam à perseguição e cresçam na fé em suas comunidades. 
Uma doação permite que por meio de parceiros locais eles tenham condições de se manter, apesar da perseguição. 



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