Sarah encontrou esperança e paz por meio da amizade com Lydia, que compartilhou a mensagem da salvação com ela
Sarah é uma cristã egípcia que enfrentou diversas dificuldades quando o marido descobriu sua fé em Jesus (foto representativa) |
Quando Sarah* tinha oito anos, os pais dela morreram, forçando-a a se mudar para a casa da avó, uma muçulmana rigorosa que vivia em uma área pobre no Norte do Cairo. “Eu tive uma criação bem tradicional. Eu cresci na pobreza e tive que deixar a escola quando tinha 14 anos para trabalhar”, conta Sarah. Como muitas muçulmanas no Egito, Sarah se casou jovem com Rashed*. O marido tinha um temperamento impetuoso e abusava dela emocional e fisicamente. Quando o casal teve dois filhos, o abuso se estendeu a eles também. “Deus nos abençoou com dois filhos que eram a única luz da minha vida. Mas eu sofria muito porque não podia protegê-los do próprio pai”, disse Sarah. Em algumas ideologias extremistas muçulmanas, o único papel das mulheres é se casar, ter filhos, suprir as necessidades do marido e cuidar da família.
Os dias de Sarah se tornaram um ciclo sem fim de angústia. “Eu entrei em desespero. A vida em casa era um pesadelo e as lágrimas nunca deixavam meus olhos”, disse. Ainda assim, em meio aos momentos mais escuros, Sarah teve um vislumbre de esperança. Uma amiga do trabalho, Lydia, era cristã e parecia irradiar um tipo diferente de felicidade. Embora também tivesse dificuldades, inclusive financeiras, parecia que o coração dela estava sempre em paz.
Sarah chegou mais uma vez ao trabalho em prantos e Lydia se aproximou para oferecer ajuda. “Lydia foi a única que me notou. Ela me ouviu, abriu seu coração e me encorajou com palavras bonitas”, relembra. Em sua aflição e miséria, Sarah se encheu de coragem para perguntar a Lydia sobre o segredo de sua constante paz e alegria: “É sua fé que traz tanta serenidade ao coração?”. Então Lydia compartilhou a mensagem da salvação com Sarah, cujo coração foi profundamente tocado. Lydia deu à amiga uma Bíblia e a ajudou a lê-la.
Uma companheira diária
Uma amiga do trabalho de Sarah, Lydia, compartilhou a mensagem da salvação e lhe deu uma Bíblia (foto representativa)
A princípio, Sarah ficou confusa e assustada. Não entendia a contradição entre as severas crenças islâmicas que aprendeu a vida inteira e as palavras cheias de compaixão de Jesus. Entretanto, tinha um profundo desejo de conhecer mais sobre a fé cristã. Dia a dia, a mente dela se convencia dos ensinamentos e textos das Escrituras, em que encontrou conforto e sabedoria.
“A Bíblia se tornou minha companheira diária. Era nutrição para minha mente, conforto para meu coração e paz para a vida inteira. No primeiro ano da minha experiência com o evangelho, fui transformada em uma pessoa diferente. Os ensinamentos do evangelho me trouxeram de volta à vida”, disse.
Uma noite, enquanto dormia, teve um sonho. No sonho, Deus apareceu a ela e falou gentilmente: “Sarah, do que você tem medo? Siga-me, porque eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Quando abriu os olhos, sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. Naquele dia, com 28 anos, ela aceitou ao Senhor Jesus como seu salvador. “A fé em Jesus encheu meu coração de alegria, paz e esperança. Ele me deu a força de que precisava desesperadamente e encontrei a esperança novamente”, compartilha.
A partir daquele momento, a vida de Sarah tomou uma nova direção. Ela encontrou força e esperança em sua fé em Jesus e seu relacionamento com Deus encheu seu coração de amor e paz. Isso não significa que as provações tenham acabado. “Quando me tornei cristã, estava sujeita a rejeição, perseguição e até divórcio se meu marido descobrisse sobre minha fé em Jesus. Eu tinha que ser sábia e cautelosa, não queria perder meus filhos”, disse.
Confira o desfecho da história de Sarah em notícia que será publicada na próxima semana.
Cristãos secretos
Cristãos secretos no Egito são assistidos em questões econômicas, sociais e espirituais, permitindo que resistam à perseguição e cresçam na fé em suas comunidades. Uma doação permite que eles recebam socorro emergencial por meio de parceiros locais, lhes dando condições de se manter, apesar da perseguição.