A equipe olímpica israelense, composta por 88 atletas, desembarcou em Paris sob um forte esquema de segurança.
Marcha contra o antissemitismo em Paris. (Foto: Wikipédia) |
Atletas israelenses que participarão das Olimpíadas em Paris a partir da próxima sexta-feira (26), receberam ameaças anônimas por e-mail, sugerindo a possibilidade de uma repetição do ataque terrorista contra atletas de Israel ocorrido nas Olimpíadas de Munique em 1972.
“Cheguem na França, nós os mataremos” e “Preparem-se para a Intifada” foram algumas das ameaças enviadas a 15 atletas olímpicos israelenses e suas equipes na última quinta e sexta-feira.
Relatos indicam que essas são apenas algumas das muitas ameaças de morte, mensagens de ódio e críticas que os atletas israelenses têm recebido online nos últimos dias.
Segundo a mídia local, os atletas israelenses receberam mensagens de ódio escritas em hebraico ruim e ligações de números estrangeiros.
Olimpíadas de Munique em 1972
Durante as Olimpíadas de Munique em 1972, a organização terrorista Setembro Negro, ligada ao Fatah, torturou e assassinou brutalmente 11 atletas israelenses.
Na época, o Fatah era liderado por Yasser Arafat, que também era o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Atualmente, o Fatah é liderado por Mahmoud Abbas, que é o presidente da Autoridade Palestina.
Abbas era o braço direito de Arafat e, desde então, se recusou a se desculpar pelo ataque terrorista de 1972, chamando-o de "operação heroica".
De acordo com Yael Arad, presidente do Comitê Olímpico Israelense, os atletas da equipe olímpica estavam preparados para enfrentar as ameaças e mensagens de ódio.
"Era claro para nós que um troll desse tipo viria. Nos preparamos para isso. Orientamos os atletas sobre como agir quando isso acontecesse e tivemos muitas conversas e reuniões sobre o assunto," ela disse, de acordo com o Walla News.
Forte esquema de segurança
A equipe olímpica israelense, composta por 88 atletas, desembarcou em Paris sob um forte esquema de segurança, que incluía agentes armados da Shin Bet (Agência de Segurança de Israel).
O Telegraph relatou que esta se tornou a maior operação de segurança já implementada para atletas israelenses nos Jogos Olímpicos.
O Ministro da Cultura e Esportes de Israel, Miki Zohar, informou ao The Telegraph que os preparativos de segurança começaram há um ano. Ele acrescentou que todos os atletas receberam orientações detalhadas de segurança do Shin Bet.
"Nós sabemos que há ameaças [contra a equipe], mas não queremos falar sobre isso", disse Zohar, acrescentando que o orçamento de segurança da equipe foi dobrado devido à guerra Israel-Hamas.
"Fazemos o possível para garantir que os atletas se sintam livres, mas também seguros e sem medo. Não queremos que eles notem demais os seguranças."
Agentes do Shin Bet estão supostamente "equipados com armas e tecnologias" e serão assistidos por "forças de segurança e policiais locais," disse Lior Akerman, ex-agente do Shin Bet, ao The Telegraph.
"Claro, não é possível detalhar os métodos de segurança, mas a combinação da experiência e conhecimento israelenses, juntamente com a cooperação com as forças de segurança locais, oferece uma resposta excelente e completa para a segurança da delegação," afirmou.
‘Irã está por trás’
O ex-chefe do Shin Bet, Yaakov Peri, admitiu que há diversas ameaças nas Olimpíadas, afirmando que o regime iraniano está por trás de todas elas.
“Pode ser o Hamas ou outros terroristas, mas o Irã está por trás de quase tudo. E a França é uma preocupação particular devido ao nível de antissemitismo lá”, disse Peri.
Na sexta-feira (19), policiais franceses prenderam um homem que tentou matar um taxista com uma faca enquanto expressava seu apoio ao Hamas.
Israel evitou muitos ataques terroristas do Irã e de outros grupos no exterior nos últimos meses, alertando em março que o risco de terrorismo para israelenses no exterior era especialmente alto, principalmente no Festival Eurovisão da Canção no início deste ano.
Zohar enfatizou que o alto risco é uma ameaça para todos, não apenas para judeus e israelenses.
"Eles odeiam o mundo livre e todos que acreditam na democracia. Odeiam cristãos, odeiam judeus e qualquer um que não compartilhe suas crenças," alertou.