Muitos cristãos norte-coreanos se escondem em segredo
O Conselho de Segurança da ONU organizou mais um encontro para discutir a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte. Volker Türk, do Alto Comissariado das Nações Unidas pelos Direitos Humanos, disse que três leis têm tornado a vida dos cidadãos norte-coreanos mais difícil. Uma delas é a que restringe o consumo de mídia estrangeira, a outra criminaliza o uso de línguas não alinhadas ao dialeto de Pyongyang e a terceira força os jovens a se conformarem à ideologia socialista.
“As pessoas na Coreia do Norte correm o risco de serem mortas simplesmente por assistir ou comentar séries de televisão estrangeiras”, confirmou Volker. Gymhyok Kim, um representante da sociedade civil, descreveu sua jornada para descobrir “a terrível verdade” sobre o próprio país: campos de presos políticos, morte por fome, execuções públicas e pessoas arriscando a própria vida para fugir.
Relato de um sobrevivente
“Percebi que a família Kim, a qual eu queria servir, não eram meus heróis, mas ditadores que negam a liberdade de inúmeras pessoas para se manterem no poder”, disse Gymhyok. Quando foi estudar em Pequim, ele decidiu compartilhar tudo que descobriu, mas foi descoberto em 2011 por autoridades norte-coreanas e precisou fugir para evitar a prisão.
“Sobrevivi e descobri a liberdade, mas isso teve um grande preço. Não pude falar com minha família por 12 anos. Era muito doloroso saber que era o único que tinha sobrevivido e conseguido liberdade. Isso ainda me atormenta”, disse o representante da sociedade civil.
Ele critica fortemente também o fato de que a Coreia do Norte investe fortemente na área militar, ignorando a responsabilidade do Estado de cuidar do povo. “Se eles desenvolvessem a economia ao invés de mísseis, não haveria necessidade de norte-coreanos morrerem de fome. Por favor, fiquem ao lado do povo da Coreia do Norte, não dos ditadores. Que o mesmo nível de importância dado aos mísseis nucleares seja dado às pessoas na Coreia do Norte”.
O impacto para os cristãos
O irmão Simon Lee (pseudônimo), que coordena o trabalho com refugiados norte-coreanos, acompanhou a reunião e lembrou que se todos os cidadãos são oprimidos, é preciso destacar que os cristãos sofrem ainda mais repressão na Coreia do Norte. A comunidade internacional se esquece com frequência de que os cristãos são vistos como inimigos do Estado.
“Uma das leis que foram mencionadas no encontro do conselho da ONU tem uma categoria específica para pessoas que distribuem ou leem materiais bíblicos. No texto oficial da lei, o cristianismo é chamado de superstição. É muito importante que a situação geral dos direitos humanos seja discutida, é importante que a Coreia do Norte não seja esquecida”, afirma Simon.
“Muitos cristãos que foram presos recebem sentenças de mais de dez nos campos de trabalho forçado. O cristianismo é completamente proibido, e a Bíblia considerada um livro quase sempre secreto, um dos primeiros itens procurados nas batidas policiais nas casas de cristãos. Os pais têm medo de dizer aos filhos sobre Deus e quando encontram outros seguidores de Jesus, o fazem em completo segredo. Eles são obrigados a ensinar as vontades dos líderes da Coreia do Norte”, conclui Simon.
Pedido de oração
- Agradeça a Deus pela mobilização da comunidade internacional para tentar ajudar o povo norte coreano.
- Interceda por força para os cristãos que foram enviados para campos de trabalho forçado.
- Peça a Deus que haja a liberdade religiosa na Coreia do Norte que muitos venham a conhecer o amor de Jesus.