Na Expoevangélica, o cantor compartilhou sua visão sobre as novas versões das músicas gospel.
Nani Azevedo. (Foto: Guiame) |
Nani Azevedo esteve na 16ª edição da Expoevangélica, que ocorreu na última quarta-feira (3). Em uma entrevista ao Guiame, o cantor falou sobre as novas versões da música gospel e refletiu sobre a adoração inspirada pelo Espírito Santo.
O cantor comentou sobre a ascensão do “worship”: “Veja bem, tudo que fala sobre Jesus, do Espírito Santo e louvor a Deus é válido”.
“A única coisa que eu penso, é que é muita coisa igual. É uma vibe que o playback é o mesmo e dá a impressão que jogou o louvor da igreja para baixo e não um louvor de exaltação que você poderia se alegrar na presença de Deus”, acrescentou Nani.
Citando o Salmo 100, ele explicou: “O único pensamento que eu tenho é que é um envelope, vem de fora já envelopadinho e as pessoas só transformam para o nosso português e musicalmente falando: ‘O playback serve para todo mundo’. É o mesmo pad, é a mesma guitarrinha, a mesma bateria tribal. Muda alguma coisa na letra, mas é a vibe, é a geração, vamos esperar passar para ver o que vem depois”.
Assista a entrevista no Guiame:
‘Evangelho raso’
Segundo o cantor e compositor, o analfabetismo bíblico visto entre os cristãos causado pela pregação de um evangelho raso é um problema entre as igrejas.
“É um problema seríssimo, porque usam demais o termo ‘graça’, só que o mesmo Deus que é amor, Ele é bondade, misericórdia, Ele é graça mas também é justiça. Então, a gente pega o termo graça e tipo assim: ’Faça o que você quiser, viva como você quiser, afinal estamos debaixo da graça’”.
No entanto, Nani observou que não existe uma “super graça”. Para ele, “é a graça que te dá graça para fazer você cumprir a lei”.
Nani refletiu sobre passagens bíblicas que explicam o que a graça diz. Ele citou: “Aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo”; “Aquele que não deixar pai, mãe, irmão por amor a mim, não é digno de mim”; “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”.
Em ambas as referências bíblicas o cantor destacou: “Foi a graça que disse, não foi a lei”. E continuou: “Então, a graça te leva mais para o caminho da lei do que a própria graça”.
Ministros de louvor
Durante a conversa, Nani expôs quais os desafios que os ministros de louvor da nova geração enfrentam:
“Eu acho que eles pararam de estudar, porque essa vibe [se referindo à nova versão do gospel] os deixaram preguiçosos. Porque é só colocar três notinhas, a guitarra é uma só, a bateria é uma só, então deixaram de estudar”.
E continuou: “Os músicos raízes estão sem trabalho, os músicos com banda, que estudavam partitura estão ‘estacionados’. Eu espero que a próxima geração venha com uma vibe diferente”.
Além disso, o cantor afirmou que o maior princípio que os ministros de louvor da nova geração não podem abrir mão é a Palavra de Deus:
“O ministro de louvor, qual o papel dele? É servir. Ele é o canal de Deus para levar a igreja a presença de Deus ou trazer a presença de Deus para a igreja. Então, ele não pode perder a Palavra de Deus, tem que ter isso para ele ministrar aquilo que ele vive”.
Nesse momento, Nani destacou: “O que eu tenho visto que me causa preocupação, é que ao invés de ter o ministro de louvor, está tendo um diretor musical que fica no seu ouvido dizendo o que é para você fazer”.
“Claro, fica mais organizado, fica um show mais bonito, mas tem um diretor musical no ouvido do ministro de louvor que era para estar conduzindo a igreja. Então, é muita direção física e pouca direção do Espírito Santo e o ministro de louvor verdadeiro, ele depende do Espírito Santo”, concluiu.