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Um relatório da Associação de Igrejas Protestantes (Protestan Kiliseler Derneği) destaca as dificuldades contínuas enfrentadas pelos cristãos protestantes na Turquia ao longo de 2023.

A associação enfatizou a falta de caminhos legais para treinar o clero cristão na Turquia. A lei turca restringe a formação do clero cristão e a abertura de escolas religiosas. Os protestantes recorrem ao envio de alunos para o exterior ou ao convite de instrutores estrangeiros, mas uma necessidade significativa de trabalhadores religiosos permanece.

"Muitos líderes de igrejas estrangeiras foram deportados, tiveram a entrada negada na Turquia ou enfrentaram problemas para renovar suas autorizações de residência", o relatório documentou deportações de trabalhadores religiosos estrangeiros e recusas de visto, criando escassez de pessoal dentro das igrejas.

O estabelecimento de novos locais de culto ou a manutenção dos existentes revelaram-se problemáticos. O relatório cita casos de discurso de ódio, vandalismo e ameaças direcionadas a igrejas. "Em 2023, continuaram a ser enfrentados problemas no que diz respeito a pedidos para estabelecer um local de culto, para continuar a usar uma instalação para culto, ou com pedidos para usar edifícios de igreja existentes."

Foram relatados ataques físicos, abusos verbais e ameaças nas redes sociais contra cristãos. Esses incidentes incluíram agressões a pastores, danos materiais e interrupções durante os cultos.

Na província de Sinop, no norte do país, um líder local de uma organização nacionalista extremista decidiu atacar um pastor e sua igreja. Durante um discurso público em 18 de setembro de 2023, esse indivíduo fez ameaças claras contra eles. A fala foi posteriormente compartilhada nas redes sociais, causando ansiedade significativa dentro da comunidade da igreja. No entanto, apesar de se sentir muito apreensiva, a igreja acabou optando por não registrar uma queixa formal na polícia.

Essa relutância em envolver a aplicação da lei destaca o efeito assustador que tais ameaças podem ter. Mesmo sem uma queixa formal, o pastor e sua congregação foram forçados a viver com medo.

Muitas novas igrejas protestantes carecem de reconhecimento oficial, dificultando o acesso a serviços públicos, benefícios fiscais e proteções legais.

"Muitas dessas instalações não têm status oficial de local de culto e, portanto, não são oficialmente reconhecidas como local de culto, embora sejam usadas dessa forma", afirmou a associação.

O relatório enfatizou a necessidade de reformas legais para garantir a liberdade religiosa para os cristãos protestantes na Turquia. Isso inclui conceder direitos para treinar clérigos, reconhecer oficialmente novas igrejas e proteger trabalhadores religiosos de assédio e deportação.