Os cristãos se tornaram alvo de extremistas muçulmanos após protestos que levaram o país à violência e perseguição a minorias religiosas.
Manifestantes tomam as ruas de Bangladesh após a renúncia de Sheikh Hasina. (Foto: Wikimedia Commons) |
O caos político e social em Bangladesh afeta grupos minoritários do país, entre eles os cristãos. Segundo autoridades disseram no domingo (11), há um esforço para resolver os ataques contra essas minorias religiosas.
Bangladesh enfrenta uma crise política profunda após a renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina, que liderava o país há 15 anos.
Hasina fugiu para a Índia depois que semanas de protestos liderados por estudantes decaíram em violência.
Scott Clifton, da FARMS International (Foundation for Agriculture and Rural Management Services), diz que o colapso do governo abriu caminho para o caos.
“Isso proporcionou uma oportunidade para fundamentalistas muçulmanos reinarem na terra”, diz Clifton. “Há uma ilegalidade geral; esses fundamentalistas têm rédea solta, e eles têm como alvo grupos minoritários, então os hindus têm sido alvos. Os cristãos também têm sido alvos.”
Extremistas muçulmanos
Centenas de extremistas muçulmanos invadiram as instalações do principal parceiro da FARMS em Bangladesh, mantendo seus funcionários em cativeiro. O ataque resultou em perdas estimadas em cerca de U$ 30.000 em estoque.
“Nosso contato teve seus negócios completamente saqueados”, diz Clifton.
“Gado roubado, peixes roubados de tanques de peixes – isso era dinheiro para apoiar órfãos e esforços do ministério.”
O representante da FARMS informou a Clifton que espera que o primeiro-ministro interino Muhammad Yunus consiga restaurar a segurança, permitindo que os fiéis deixem seus esconderijos com segurança.
“Eles temem por suas vidas. Estão abrigados em casa; trancaram todos os portões”, diz Clifton.
“Eles limitam a comunicação porque não têm certeza do que está sendo monitorado ou não, e estão apenas vivendo com medo, orando a cada momento por proteção.”
Protestos e violência
A decisão ocorreu em meio a uma onda de protestos inicialmente pacíficos, que se tornaram violentos, resultando em mais de 300 mortes.
Segundo o g1, caso levou à intervenção das Forças Armadas, que anunciaram a formação de um governo interino até que uma solução permanente seja encontrada.
Os protestos foram desencadeados pela reinstauração de uma política de cotas que reserva um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra de independência de 1971. A difícil situação econômica, incluindo alta inflação e desemprego, também contribuiu para o descontentamento popular.