O templo queimado da Igreja Cristã Interdenominacional em Oaxaca ainda está pegando fogo. Revista Facebook Informa

Um templo da Igreja Cristã Interdenominacional no estado de Oaxaca, no México, foi incendiado por um grupo de homens não identificados, de acordo com o jornalista Ommar Ayala, da Informa Magazine. O evento ocorreu na cidade de San Isidro Arenal, que pertence ao município de San Juan Lalana na manhã de terça-feira.

De acordo com a reportagem de Ayala publicada no Facebook, cristãos evangélicos pertencentes à denominação foram atacados por moradores da região. "Um grupo de homens ... eles queimaram o templo de Rancho Cerro Cajón, em San Isidro el Arenal, caminharam com paus e canos até a propriedade dos evangélicos e destruíram o lugar".

O ataque também foi confirmado por Aarón Lara, presidente da organização mexicana Iniciativa Ciudadana por meio das redes sociais. “… esse grupo de evangélicos da Igreja Cristã Interdenominacional, mais uma vez foram vítimas da agressão daqueles que, escudados pela tradição de 'usos e costumes', os estão expulsando e agora queimaram o local que usavam como templo e roubaram seu gado, entre outros insultos e agressões", denunciou Lara.

Esta não é a primeira vez que os evangélicos da área são atacados. Em novembro de 2023, o jornal Milenio, do México, relatou como católicos indígenas prenderam e expulsaram famílias evangélicas em San Juan Lalana. "Várias famílias, incluindo crianças, mulheres e uma idosa, foram presas e expulsas simplesmente por não serem católicas", informou o jornalista Carlos Abad na ocasião para o meio de comunicação mexicano.

Embora a maioria da população do México seja católica, muitos cristãos vivem em risco de perseguição - Portas Abertas

"Fazemos uma exigência enérgica ao governador do estado de Oaxaca, Salomón Jara Cruz, à secretária do Interior, Luisa María Alcalde Luján, para que tomem medidas imediatas sobre o assunto e restaurem as famílias evangélicas atacadas e punam os responsáveis por esse abuso", exigiu Lara.

De acordo com o relato de Ayala, em vídeos publicados em diferentes redes sociais, são ouvidos depoimentos dos cristãos agredidos, denunciando que os agressores os perseguiram para roubar seus telefones, onde gravaram as evidências do ataque.

"Esta manhã queimaram a casa de oração dos irmãos de Cerro Cajón, de San Isidro el Arenal, levaram os fios que cercavam a igreja", é o que narra uma mulher de voz agitada em uma das gravações.

Em novembro passado, a situação era semelhante, sem chegar ao extremo de queimar o templo. "Aqui estão os irmãos, na verdade, você pode ver que há crianças, há mulheres e há uma velha que tem quase 80 anos e ela também vai ser despejada. Eles foram levados para a prisão por serem cristãos", disse o pastor da comunidade, que preferiu permanecer anônimo, ao Milenio.

Lara anunciou que sua organização apresentará uma queixa à Corte Interamericana de Direitos Humanos e outros órgãos judiciais internacionais diante da apatia das autoridades mexicanas por não garantir a liberdade religiosa no país.

De acordo com a organização Portas Abertas, que documenta a perseguição aos cristãos em todo o mundo, embora a maioria da população do México seja católica, muitos cristãos vivem em risco de perseguição, principalmente por gangues criminosas, cartéis de drogas e grupos indígenas.

De acordo com o site Portas Abertas, "em algumas comunidades indígenas, aqueles que decidem abandonar as crenças tradicionais ou ancestrais para seguir Jesus enfrentam o ostracismo, multas, prisão e deslocamento forçado. Como os líderes indígenas são os que administram a justiça nessas áreas, os cristãos não têm ninguém para investigar o que está errado e proteger sua liberdade religiosa".

O incêndio no templo ocorrido nesta terça-feira ocorreu na região de Chinanteca, em Oaxaca. Os Chinantecos são um povo indígena que vive naquele estado. No início do século XXI, eles ainda mantêm sua cultura e identidade. A origem do povo Chinanteco remonta a algumas das populações que habitavam o território nacional antes da chegada dos espanhóis ao México.