O estudo da Lifeway Research revelou que poucos cristãos estão prontos para falar o que a Bíblia diz sobre questões culturais, mesmo concordando que é seu dever.
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Meredith Spencer). |
Apesar da maioria dos evangélicos concordarem que tem o dever de compartilhar as verdades bíblicas sobre questões polêmicas, poucos se sentem preparados para falar, segundo uma nova pesquisa, divulgada na terça-feira (1).
O estudo “Engajamento Cultural Cristão”, realizado pelo The Institute of Faith and Culture em parceria com a Lifeway Research, entrevistou 1.000 cristãos, em julho e agosto deste ano.
Quando questionados se os seguidores de Cristo têm a responsabilidade de "compartilhar verdades da Palavra de Deus com pessoas que têm pontos de vista diferentes", 92% dos entrevistados concordaram, enquanto apenas 6% discordaram e 2% não tinham certeza.
Porém, ao serem perguntados se estavam "prontos para a maioria das oportunidades de compartilhar o que a Bíblia diz sobre questões culturais e polêmicas", apenas 35% dos evangélicos responderam que se sentiam totalmente preparados.
Já 18% afirmaram que estavam "prontos para qualquer oportunidade de compartilhar o que a Bíblia diz", 32% responderam que estavam "prontos para discutir apenas algumas verdades", 9% não se sentiam preparados para "a maioria das oportunidades de compartilhar o que a Bíblia diz" e 5% acreditavam que "não estavam prontos para compartilhar o que a Bíblia diz".
Capacitação na igreja
Sobre as igrejas prepararem os membros para pregarem os ensinamentos bíblicos a pessoas com opiniões diferentes da Palavra de Deus, 40% dos entrevistados "concordaram um pouco" que sua igreja os capacita para essas conversas.
Enquanto 38% "concordaram fortemente" que sua igreja promove capacitação para pregar, 10% "discordaram um pouco" de que sua igreja os prepara de forma adequada e 3% "discordaram totalmente".
"Existem diferenças notáveis no grande número de evangélicos que se sentem responsáveis por compartilhar os pontos de vista da Bíblia do que no número que está pronto para fazê-lo", comentou Scott McConnell, CEO da Lifeway Research.
E destacou: "As igrejas procuram ajudar os evangélicos a conversar com pessoas cujos pontos de vista diferem da Bíblia, mas poucas igrejas discutem a Bíblia e os valores da cultura lado a lado”.
Conversas intencionais
Em relação a aproveitar oportunidades para falar sobre os princípios da Palavra, 38% dos cristãos disseram que "buscam oportunidades para promover a perspectiva da Bíblia sobre tópicos sabendo que não são populares" somente às vezes, em contraste com os 10% dos entrevistados que disseram que o fazem "sempre".
22% "raramente" procuram compartilhar posições bíblicas sobre assuntos se forem impopulares e 7% nunca o fazem.
Entretanto, 28% dos evangélicos "concordam totalmente" que "querem falar quando alguém diz algo que não se alinha com as Escrituras", 47% "concordam um pouco" que possuem este desejo, 14% "discordam um pouco" e 6% que "discordam totalmente".
Segundo a pesquisa, a maioria dos evangélicos (50%) ficam mais confortáveis em falar sobre os princípios bíblicos com pessoas que eles já conhecem.
"Promover a verdade bíblica parece ser muito mais fácil para os evangélicos quando eles estão entre pessoas que concordam com eles", avaliou McConnell.
"[Eles] dizem que raramente dão uma resposta bíblica em ambientes onde a posição da Bíblia não é popular”, acrescentou.