A Mission Cry tem contrabandeado Bíblias em operações arriscadas para a China comunista, em meio a escassez de exemplares no país.
Envio de Bíblias da Mission Cry. (Foto: Facebook/Mission Cry). |
Na década de 1980, houve um grande crescimento do contrabando de Bíblias para a China, para atender os cristãos que sofriam restrições do regime comunista.
Hoje, o trabalho de contrabando das Escrituras continua necessário, à medida que o governo chinês impõe cada vez mais controle sobre o cristianismo no país.
"Você olha para as restrições que o governo tem sobre a Bíblia, a quantidade de impressão que eles permitem da Bíblia, com muita supervisão, é de cerca de 150.000 cópias por ano”, relatou o reverendo Jason Woolford, presidente da Mission Cry, organização que envia Bíblias e literatura cristã em todo o mundo.
Jason afirmou que há escassez de Bíblias na China. "Então, você pode imaginar os bilhões de pessoas que estão esperando ou querendo a Bíblia e estão em segredo compartilhando uma página da Bíblia entre si? Há uma necessidade desesperada”, enfatizou.
Operações arriscadas
O líder explicou que, atualmente, cidadãos chineses da equipe da Mission Cry têm comprado Bíblias em Hong Kong e levado para aqueles que não possuem um exemplar da Palavra de Deus, em uma operação secreta e arriscada.
“Esses crentes locais têm boas pontuações no sistema de pontuação social da China e podem viajar dentro do país. Eles estão dispostos a arriscar tudo para ter acesso a mais cópias da Palavra de Deus”, contou Jason.
“Existem 6.000 Bíblias. Estamos comprando isso e trazendo nosso pessoal de volta do norte e os trazendo para Hong Kong. Então, mais uma vez, eles estarão arriscando suas vidas e tudo o que têm para contrabandear essas Bíblias de volta para a China comunista”, acrescentou.
E observou: “Sabemos que toda vez que um livro é dado a alguém, ao longo de seu ciclo de vida, ele será lido por 20 pessoas. Então você pega esses 6.000 e multiplica por 20, são 120.000 pessoas que ouviram a Palavra de Deus por meio dessa operação”.
Jason Woolford pediu oração pela sua equipe que têm arriscado suas vidas para levar as Escrituras aos chineses.
“Orem por eles [que] estão dispostos a arriscar tudo para fazer isso. Ore para que o restante dos fundos entre para a compra dessas Bíblias e, em seguida, também o dinheiro que estamos pagando para nossa equipe reduzir suas despesas de viagem e enviá-los de volta”, concluiu ele.
Ditadura chinesa contra a Igreja
Imprimir e distribuir Bíblias e outros textos religiosos não autorizados é considerado um crime passível de punição no país. Em 2021, o governo de Xi Jinping fechou aplicativos da Bíblia e sites cristãos.
Por isso, os cristãos contrabandistas correm risco de perseguição, prisão e morte, conforme o presidente da Mission Cry.
A China ocupa o 16º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023, onde os cristãos encontram um ambiente hostil, vigiado e violento.
A Constituição chinesa funciona como uma “ditadura” que eles chamam de “democrática popular”, mas a democracia realmente não existe. A liderança chinesa é pautada pela paranoia ditatorial e pelos abusos a todos os tipos de liberdade.
Os regulamentos sobre religião são estritamente aplicados e limitam as igrejas no país, que são totalmente monitoradas pelo governo.
A maioria delas faz parte do Movimento Patriótico das Três Autonomias, as outras são consideradas ilegais.