Aliança de Cristãos de Cuba denuncia aumento da repressão contra a Igreja

 

Havana, Cuba Pixabay

Em um comunicado divulgado na quarta-feira, a Aliança de Cristãos de Cuba documenta um aumento preocupante da perseguição religiosa na ilha, especialmente focada em líderes e comunidades cristãs. A declaração é dirigida "a países livres e instituições de direitos humanos".

O documento, assinado por mais de 63 líderes religiosos da ilha, foi publicado após a sexta reunião nacional da organização.

"Não é segredo a crise que nossa nação enfrenta nas esferas política, social e econômica, bem como em questões de direitos humanos", disse o comunicado. "Como líderes religiosos, testemunhamos essas dificuldades e nos esforçamos para levar esperança aos mais vulneráveis: idosos, crianças, mulheres e familiares de presos políticos que sofrem a ausência de seus entes queridos simplesmente por exercerem seus direitos".

Comunicado Aliança dos Cristãos de Cuba
Declaração emitida pela Aliança dos Cristãos de Cuba. Aliança de Cristãos de Cuba

Cuba vive uma grave crise socioeconômica que foi agravada recentemente por uma série de desastres naturais, incluindo a passagem do furacão Rafael e um terremoto de magnitude 6,8 que abalou a parte oriental da ilha. Isso se soma à repressão exercida pelo regime cubano contra igrejas e líderes religiosos.

Em tom sombrio, a aliança de cristãos explica que, apesar da aproximação do Natal, que deveria ser o feriado mais alegre do calendário cristão, "o que nos é apresentado não é motivo de celebração, mas um tempo de tristeza e choro".

A organização denuncia que o regime cubano continua relutante em abrir espaços para o exercício dos direitos fundamentais, "o que limita as igrejas em sua capacidade de fornecer apoio e ajuda social àqueles que mais precisam".

As autoridades da ilha cobraram mais de um milhão de pesos cubanos em multas de líderes religiosos, de acordo com o comunicado. Isso "representa um ataque direto à liberdade de culto e àqueles que procuram ajudar sua comunidade".

A Aliança de Cristãos de Cuba garante que quase 90% da população cubana vive em extrema pobreza e que atualmente existem mais de mil presos políticos detidos nas prisões da ilha.

A entidade pede à diplomacia internacional dos países livres "que pressione por uma ponte que permita a Cuba e seus cidadãos viver em um Estado onde seus direitos como seres humanos sejam respeitados".

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