Ao saber que a paciente havia feito um aborto, o Dr. Lucien Cox lhe falou sobre um aconselhamento bíblico para mulheres que lidam com a culpa de terem abortado.
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Nappy). |
Um ginecologista perdeu sua licença médica após falar de Jesus a uma paciente e convidá-la para um estudo bíblico, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O caso aconteceu em 2021 no consultório do Dr. Lucien Cox, de 75 anos, segundo um processo disciplinar do Conselho Médico da Califórnia.
O médico atendeu uma mulher de 63 anos para fazer um exame de rotina. Durante o atendimento, um assistente fez uma série de perguntas, incluindo se ela já havia feito um aborto. A paciente respondeu que interrompeu uma gestação em 1987.
O Dr. Lucien perguntou sobre mais detalhes do aborto que havia feito e pregou Jesus a ela.
Segundo o processo, a mulher disse que não era religiosa e o ginecologista perguntou se ela queria "ir para o Céu e evitar o diabo", acrescentando que "o diabo está governando o mundo".
Aconselhamento para mulheres que abortaram
O médico também convidou a paciente para ir a um estudo bíblico, que oferece "aconselhamento para mulheres que sofrem de culpa após um aborto".
Logo depois, acompanhado do assistente, ele administrou um exame pélvico e um exame de Papanicolau.
A paciente fez uma reclamação do Dr. Lucien às autoridades estaduais e o Conselho Médico da Califórnia concluiu que o ginecologista praticou conduta não profissional e negligência grave, e cometeu “desvios extremos do padrão de atendimento". Na terça-feira (5), o Conselho retirou a licença de Lucien.
Em comunicado fornecido ao jornal The Independent, o advogado do médico, Peter Osinoff, afirmou que seu cliente "não se ofereceu para ensiná-la sobre o cristianismo" e negou ter feito qualquer comentário "sobre o diabo ou sobre ir para o Céu".
O advogado declarou que Lucien é "profundamente religioso" e apenas "aconselhou a paciente sobre um programa de estudo bíblico que ela poderia achar útil".
E ressaltou: "Como sempre, um acompanhante esteve presente durante o exame, que transcorreu sem intercorrências".
O comunicado ainda informou que Lucien "nunca foi objeto de qualquer ação disciplinar anterior durante sua longa carreira como médico".
"Em vez de prosseguir para uma audiência cara, o Dr. Cox decidiu entregar sua licença, pois havia fechado seu consultório e planejava se aposentar da prática da medicina há algum tempo", concluiu o comunicado.