As congregações em Buenaventura sofrem as consequências da atuação de mais de 30 gangues, que controlam a região.
Imagem ilustrativa. (Portas Abertas). |
As igrejas na cidade portuária de Buenaventura, na Colômbia, estão enfrentando restrições impostas por traficantes, segundo a Missão Portas Abertas.
Buenaventura possui o principal porto do país, o que acabou aumentando a presença de gangues criminosas, que lutam pelo controle das rotas do tráfico de drogas e armas.
Segundo a Defensoria Pública da Colômbia, há pelo menos 39 grupos armados no distrito, espalhando a violência por toda a região. Buenaventura é classificada como a 24ª cidade mais violenta do mundo.
Apenas em abril deste ano, houve um ataque de carro-bomba a um batalhão do exército, um massacre de cinco pessoas e o assassinato de dois vereadores.
Tanto os moradores das áreas urbanas quanto das áreas rurais enfrentam as consequências das lutas entre as gangues, incluindo assassinatos, extorsões, confrontos e deslocamentos.
“Temos a sensação de que as pessoas não querem sair porque têm medo de serem mortas. Não há lugar seguro”, disse Pedro*, um pastor local, à Portas Abertas.
As igrejas também têm sido atingidas pelo crime, enfrentando restrições e riscos. Em algumas regiões, os cultos precisam ser realizados mais cedo ou em um curto tempo.
Além disso, é muito difícil promover vigílias e as atividades das igrejas podem ser suspensas quando os grupos armados impõem bloqueios.
Líderes envolvidos com ministério de jovens são alvos de constante cerco e vigilância por aprte dos traficantes.
O trabalho com cristãos perseguidos também foi afetado. “Nossos líderes tomaram a decisão de reduzir o apoio aos pastores porque é muito arriscado enviar trabalhadores às zonas de conflito. Cuidar dos irmãos é complicado com esses grupos”, explicou Pedro.
Conforme a Portas Abertas, entre 2023 e 2024 houve pelo menos 35 casos de perseguição na região, afetando 960 cristãos. Dez desses incidentes aconteceram neste ano, e seis deles foram em Buenaventura.
Devido à perseguição, muitos cristãos deixaram a região. “Deus está aqui, mas humanamente nos sentimos sozinhos. É por isso que pedimos que continuem nos acompanhando e fortalecendo”, afirmou o pastor Pedro.
Juan*, outro pastor local, pediu: “Orem para que Deus levante trabalhadores e envie recursos físicos e espirituais para este trabalho. Nosso objetivo é continuar a expandir o Reino”.
*Nomes alterados por motivos de segurança.