A comunidade naga se tornou um novo alvo da violência na Índia
Os naga são conhecidos por serem indígenas de maioria cristã |
*Conteúdo sensível: violência extrema.
Após mais de um ano, a situação em Manipur permanece tensa e complexa, pois o conflito e a violência contínuos entre as comunidades meitei e kuki continuam a impactar a região. Desde maio de 2023, o conflito causou mortes, deslocamentos e destruição na Índia. Agora, além de cristãos kuki, outra comunidade indígena de maioria cristã tornou-se alvo dos ataques, os naga.
Manipur é composta por três comunidades principais: meitei, kuki e naga. Desde o início do conflito, houve uma divisão completa entre os kuki e os meitei, mas os naga conseguiam se mover livremente nas áreas dominadas por outras comunidades. Recentemente, isso mudou.
Dois homens indígenas naga foram brutalmente agredidos enquanto transportavam gado para seus negócios em 31 de outubro. Líderes da comunidade acreditam que os agressores são membros do grupo extremista Arambai Tenggol, que tem se envolvido cada vez mais na perseguição aos cristãos na região.
Agressões e destruição
De acordo com o The Indian Express News, a violência armada continua, e pelo menos duas pessoas, incluindo uma jovem, ficaram feridas em incidentes separados, enquanto agressores armados atacaram homens naga em Manipur. Por isso, o governo indiano implantou forças de segurança, incluindo o Exército, a Força Central de Reserva (CRPF) e os Fuzileiros de Assam, para restaurar a ordem.
No entanto, a situação de segurança permanece volátil, com grupos insurgentes e facções armadas de ambas as comunidades se envolvendo em atos violentos. No início de novembro, um grupo extremista abriu fogo indiscriminadamente na vila de Zairawn, habitada pela comunidade hmar, indígenas associados aos kuki-zo. Após saques e exploração generalizada, a vila foi incendiada e destruída.
Durante a troca de tiros, uma mulher cristã chamada Zosangkim, de 31 anos, esposa do cristão Ngurthansang e mãe de três filhos, foi atingida por uma bala na perna, o que dificultou sua fuga da vila. De acordo com os relatos do marido, quando os militantes vieram queimar as casas na vila e entraram em sua casa, ele foi autorizado a sair com os pais idosos e os três filhos, mas se recusaram a deixar sua esposa ferida sair.
Posteriormente, ela foi torturada, abusada e queimada viva. A imprensa local diz que 16 casas foram incendiadas naquela noite, e cerca de 35 famílias foram deslocadas. Há um total de mais de 200 famílias deslocadas internas nos distritos de Jiribam desde o conflito.
“Embora o governo central tenha reforçado as medidas de segurança, grupos insurgentes e milícias de ambos os lados continuam a se envolver em ações violentas, complicando os esforços para restaurar a normalidade. Há relatos generalizados de violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos desumanos, violência sexual e deslocamento de civis”, conta a parceira local da Portas Abertas Pryia Sharma*.
Além disso, toques de recolher e cortes de internet foram impostos em várias regiões para evitar a disseminação da violência e de conteúdos de discurso de ódio, embora a situação continue difícil de ser administrada. As medidas drásticas sublinham a gravidade da crise, à medida que as manifestações públicas se intensificam e as tensões se espalham para novas áreas.
“A situação em Manipur gera preocupação sobre as repercussões a longo prazo da violência, tanto para as comunidades afetadas quanto para a estabilidade do Nordeste da Índia”, afirma a parceira local. Istuti*, outro parceiro local, compartilha: “Todos os dias, há sons constantes de tiros. Não há paz ou descanso em Manipur, estamos constantemente recebendo notícias de assassinatos, ataques e destruição. Por favor, orem por paz, por proteção, por segurança de vidas inocentes, por justiça e pelos cristãos perseguidos”.
*Nomes alterados por segurança.
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Pedidos de oração
- Ore pela restauração da paz em Manipur e pelo fim da violência e do conflito no estado.
- Interceda pela proteção dos civis inocentes, especialmente mulheres, crianças e idosos, que são os mais vulneráveis no conflito.
- Peça a Deus proteção e orientação para as famílias deslocadas, para que encontrem segurança, abrigo e provisão durante seu tempo de dificuldades.