Líderes relataram o aumento da perseguição no estado de Plateau.
Os cristãos continuam sofrendo com o aumento da perseguição no país. (Foto: Ilustração/Portas Abertas) |
Este mês, terroristas fulani mataram 19 cristão durante ataques no estado de Plateau, na Nigéria. Enquanto as autoridades afirmam garantir a segurança dos cidadãos, líderes denunciam o aumento da perseguição local.
No dia 1º de dezembro, um grupo de seis homens armados atacaram dois cristãos em uma motocicleta e mataram James Yakubu, de 23 anos.
A informação foi confirmada pelo advogado Dalyop Solomon Mwantiri, que informou que a vítima e o outro motociclista, Julius Dung, estavam retornando da vila de Baten quando o “grupo de seis Fulani os emboscou”.
“Meu amigo gritou antes que eu pudesse perceber qualquer coisa. Então, vi uma luz forte enquanto James pulava da motocicleta. Ele gritou que eram Fulanis e que eu deveria correr”, disse Dung.
Em seguida, o cristão pediu ajuda aos moradores da vila de Du'ang, mas eles não conseguiram encontrar Yakubu nem os agressores.
“Começamos a procurar por mais de uma hora. Então, seu corpo foi encontrado e levado para a comunidade”, relatou ele.
Mais tarde, o advogado disse que militares que atuavam na área visitaram o local e levaram o corpo para um necrotério.
Mais ataques
No Condado de Bokkos, os Fulani atacaram duas vilas e mataram um cristão, no dia 25 de novembro.
Em 18 de novembro, na vila predominantemente cristã Gyetel, um ataque Fulani feriu dois moradores, enquanto no mesmo dia em outra comunidade os extremistas sequestraram e mataram o cristão Deh Idi Dakum, de 85 anos.
Bala Dakum, filho da vítima, contou que o pai foi sequestrado e morto antes que os parentes pagassem o resgate: “O telefone do meu pai e o da minha mãe foram levados durante o sequestro, sem que soubéssemos, os sequestradores o mataram no mesmo dia, embora meu irmão, Moses, tivesse entrado em contato com eles, negociando o resgate”.
“Pagamos o resgate que eles exigiram na quarta-feira, 20 de novembro, depois que os sequestradores garantiram ao meu irmão, Moses, que nosso pai seria solto. No entanto, ele não retornou naquela noite”, acrescentou.
No dia 23 de novembro, um dos sequestradores exigiu mais dinheiro, dizendo que o resgate era insuficiente.
“No entanto, por volta das 9 da manhã daquele dia, encontramos o corpo do nosso pai em uma fazenda perto da vila. Descobrimos que ele estava morto há dias”, disse Dakum.
Segundo Dakum, sua comunidade também sofreu um ataque em fevereiro e continua “desprotegida devido à falta de vontade do governo em nos proteger”.
O advogado Mwantiri disse que em outra área do estado de Plateau, um grupo de Fulanis mataram três cristãos no dia 6 de novembro. As vítimas foram identificadas como Chollom Daniel, de 27 anos; Jang Joseph, de 21 anos e Richard Dapel, de 18 anos.
“Eles foram assassinados de forma cruel e dois outros cristãos ficaram feridos”, afirmou o advogado.
‘Intervenção militar’
Após os ocorridos, Mwantiri pediu às agências de segurança e aos militares da “Operação Safe Haven” que intervenham contra a agressão dos extremistas.
“A recorrência de assassinatos contínuos, ataques, agressões a mulheres, destruição intencional e colheita em massa de milho e outras safras pertencentes a cristãos por militantes Fulani no estado de Plateau deve ser contida com ação militar correspondente”, disse ele.
“É nossa firme opinião que os assassinatos contínuos, ataques, destruição intencional de safras e colheitas das terras agrícolas de nosso povo e expansão forçada de territórios entre outros por pastores Fulani não são apenas esforços para a tomada total de vilas e comunidades, mas também tentativas de revisitar nosso povo com outra rodada de massacres, como testemunhado na véspera de Natal do ano passado”, acrescentou.
Em 10 de outubro, fulanis armados também atacaram outra comunidade cristã matando quatro moradores identificados como Bwefuk Musa e Klingshak Dickson, de 21 anos; Promise Joshua e Nyam Abaka, de 20 anos. Outros cinco cristãos ficaram feridos no ataque.
“Em mais um ataque não provocado a membros da comunidade de Butura, terroristas armados falando o dialeto Fulani atiraram contra cristãos que trabalhavam em uma mina perto das vilas de Kuba e Maikatako”, disse o líder Sabastine Magit.
Cristãos que sofreram o massacre de 160 pessoas no Natal passado na área de Bokkos continuam sofrendo ataques, apesar do governo e das agências de segurança garantirem sua proteção.
Em 14 de outubro, outros ataques resultaram na morte de cinco cristãos, enquanto no dia 5 de outubro em Wumat, cinco membros de uma família foram mortos, incluindo uma mulher grávida.
Alabo Alfred, porta-voz do Comando Policial do Estado de Plateau, disse ao Morning Star News que “a polícia e outras agências de segurança estão se esforçando para acabar com esses ataques, e posso garantir que isso será feito”.
A Nigéria ficou em 6º lugar na Lista Mundial de Observação da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.