Organização evangélica na Espanha apresenta apelo por proteção contra discriminação

 

 Foto: Imagem de Sergei Tokmakov no Pixabay

A Federação de Entidades Religiosas Evangélicas da Espanha (FEREDE) apresentou um recurso de proteção perante o Tribunal Constitucional daquele país contra uma decisão anterior que endossava que o Ministério da Educação da Comunidade Valenciana não contratasse professores de Ensino Religioso Evangélico (ERE), apesar de haver uma grande demanda não atendida.

“O recurso de proteção junto do Tribunal Constitucional é a última opção que nos resta a nível nacional”, explicou o Serviço Jurídico da FEREDE. A organização evangélica optou por apresentar o Recurso de Cassação ao Supremo Tribunal Federal após esgotar a via judicial regional, embora soubesse que a admissão deste tipo de recurso é complexa e está sujeita a rigorosos requisitos técnicos.

Uma situação que exige justiça
Em 8 de março de 2024, a FEREDE apresentou documento de preparação de Recurso de Cassação perante o Supremo Tribunal Federal. O presente recurso impugna o Acórdão 24/2024, de 19 de janeiro, do Superior Tribunal de Justiça da Comunidade Valenciana. Nesta decisão, o TSJ valenciano considerou “adequada e conforme à lei” a atuação do Departamento de Educação da Generalitat Valenciana ao não contratar novos professores de Ensino Religioso Evangélico (ERE) ou oferecer esta disciplina em novos centros educativos desde 2018 , ano em que foi implementado pela primeira vez na região. Esta decisão é mantida apesar da existência de milhares de estudantes evangélicos que não têm garantido o direito de receber esta disciplina.

Na maioria das comunidades autónomas de Espanha, o Ensino Religioso Evangélico é ensinado há mais de 30 anos. No entanto, a Comunidade Valenciana permaneceu uma exceção. Só em 2018 é que concordou em implementar o ERE, mas contratou apenas 4 professores para ministrar a disciplina em 6 centros educativos. O Ministério prometeu fazer uma implementação progressiva no resto da região, mas até o momento isso não foi cumprido, apesar de existirem milhares de pedidos de famílias evangélicas.

O TSJ valenciano considera que o Ministério agiu suficientemente ao contratar 4 professores em 2018. Esta decisão mantém-se apesar da existência de milhares de estudantes que não recebem formação religiosa de acordo com as suas crenças, ao contrário de estudantes de outras confissões, como a católica, que tenham acesso a este assunto. Além disso, os estudantes evangélicos não podem sequer solicitar formalmente a disciplina por meio de formulário oficial ao se matricularem em centros educacionais.

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