Entenda como a mulher é vista na sociedade iemenita e como isso afeta aquelas que seguem a fé cristã
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A história de Zahra é uma inspiração para outras mulheres, pois ilustra o amor, a esperança e o propósito de Deus para cada uma |
Cerca de três mil anos atrás, partes do Iêmen atual eram governadas pela rainha de Sabá, Belquis. Ela governou um reino que se estendia do Iêmen até a Etiópia atual, tendo Marib como capital. É irônico que uma terra que já foi governada por uma mulher agora é conhecida por negligenciar e marginalizá-las sob a sharia (conjunto de leis islâmicas). Em um dos lugares mais difíceis para ser mulher e viver como cristão, mulheres cristãs corajosas lutam contra as probabilidades para fazer a diferença na comunidade e restaurar o legado de grandes mulheres do Iêmen, no passado e presente. Deus tem capacitado suas filhas para servi-lo e alcançar o povo iemenita.
Na ainda pequena atividade da igreja no Iêmen, mulheres e homens encontram-se separados uns dos outros, afinal, culturalmente, é inaceitável que homens e mulheres estejam na mesma casa, a menos que sejam da mesma família. Sendo assim, se encontrarem no mesmo local geraria suspeitas. Então, as igrejas secretas devem seguir as normas culturais.
Como resultado dessa sociedade patriarcal, a maioria dos que vêm à Cristo são homens. “É difícil alcançar as mulheres, afinal, a maioria delas está confinada dentro de casa, fazendo serviços domésticos, cozinhando e cuidando das crianças. Elas também temem a repercussão gerada por ouvir e crer em algo que não seja o islamismo. As solteiras pensam no futuro: ‘Quem se casará comigo se eu não for muçulmana? E se for expulsa de casa? Como comerei? Onde viverei? E se meu irmão ou pai me baterem ou até me matarem por deixar o islamismo?’”, explica Odai, líder cristão no país.
Falta de líderes cristãs
Zain, outro líder cristão no Iêmen, acrescenta: “Como homem, não é fácil ter oportunidades para falar com mulheres sobre Cristo. As mulheres precisam alcançar umas as outras. E temos falta de líderes cristãs”. Além disso, mulheres que se engajam na educação ou falam em público enfrentam críticas porque isso pode ser interpretado como falta de respeito aos homens e que não obedecem às normas “esperadas”. Para mulheres cristãs, expressar sua fé pode levar a novos desafios e consequências severas, como confinamento (prisão domiciliar), sequestro, abuso e mesmo a morte – começando com os próprios membros da família e continuando com as autoridades.
Outro ministério indispensável no Iêmen é com as mulheres. A pioneira no ministério de mulheres iemenitas foi Zahra*, que lidera o ministério em sua cidade. Ela constrói relacionamento com mulheres engajando com elas na vida diária. “Eu visito mulheres em suas casas, as ajudo com seus afazeres domésticos, cozinho e passo tempo com elas. Com essas visitas, construo relacionamentos e sou capaz de levá-las a Cristo. Mas, para isso, preciso ouvir a voz de Deus diariamente em decisões como: ‘Devo ir a esse encontro hoje? Ou devo adiá-lo? Talvez devamos realizar nosso encontro online essa semana’. Nós precisamos da sensibilidade constante para ouvir a voz de Deus e ser capaz de fazer seu trabalho. Caso contrário, podemos arriscar tudo”, ela compartilha.
*Nome alterado por segurança.
Capacitação para líderes cristãos
Enquanto muitos buscaram refúgio fora do país, um pequeno remanescente ministra secretamente a fim de levar a verdade aos iemenitas, mesmo que sua conversão seja proibida. Permita que líderes cristãos recebam capacitação e recursos para desenvolver o ministério pastoral e cuidar da igreja local. Doe agora.