Centros educacionais rejeitam cristãos em Cuba

Por causa da perseguição, jovens como Juan Pablo deixam os estudos

Pastores precisam estar preparados para discipular jovens excluídos por amor a Jesus em Cuba (foto representativa)

O jovem Juan Pablo* foi criado pela mãe e avó e conheceu a Jesus cedo em Cuba. “Lembro como me ensinaram a orar a Deus em todas as circunstâncias”, ele conta. Aos 16 anos, ele tomou a decisão pessoal de se tornar cristão e hoje é um dos líderes em treinamento que recebeu apoio da Portas Abertas 


Desde os primeiros dias na escola, Juan Pablo aprendeu as dificuldades que os cristãos enfrentam em Cuba. “Meus colegas me chamavam de garoto estranho, só porque eu orava antes do almoço e dizia que ia à igreja”, diz. Depois vieram o assédio físico e a humilhação pública, muitas vezes motivada pelos próprios professores.
 


Os desafios se intensificaram quando ele começou a estudar economia. As autoridades escolares descobriram sua fé e o pressionaram a renunciá-la. “Eles me forçaram a entrar na Federação de Jovens Comunistas Cubanos (UJC)”, diz. Por não ceder à pressão, apesar de ser um aluno excelente, suas notas começaram a cair inexplicavelmente. “Eles começaram a baixar minhas notas para me reprovar nas matérias”, explica. Até que Juan Pablo abandonou a universidade. 
 


“Nos reuníamos nas montanhas”
 


Muitos outros estudantes cristãos vivem experiências muito semelhantes à de Juan Pablo há décadas em Cuba. “
O regime começou a associar a religião a valores que considerava contraditórios aos princípios socialistas, como a obediência à autoridade divina sobre a autoridade política”, explica Josué Valdez*, pesquisador da Portas Abertas. As instituições religiosas passaram a ser vistas como potenciais ameaças ao controle do regime 


Miguel*, um pastor com mais de 20 anos de experiência e voluntário da Portas Abertas, conta como ele e outros colegas estudantes tinham que se reunir em segredo para compartilhar a fé. “Nós nos reuníamos nas montanhas ou em outros lugares isolados para falar sobre a palavra. Se fôssemos descobertos, poderíamos ser expulsos e acusados de evangelismo”, diz. Embora o governo tenha declarado Cuba um Estado laico em 1992 e afirmado que a perseguição religiosa havia diminuído, a realidade é diferente. 
 


Em seu ministério, Miguel testemunhou como 
o governo constantemente tenta controlar o crescimento das igrejas e seus ensinamentos, enquanto silencia aqueles que não apoiam suas políticas. De acordo com a Portas Abertas, entre janeiro de 2021 e março de 2024, foram registrados 614 incidentes de perseguição em Cuba, incluindo o fechamento de igrejas. Atualmente, Cuba é classificada como o país mais perigoso da América Latina para os cristãos, ocupando a 26ª posição global na Lista Mundial da Perseguição 2025. 


Para especialistas como Josué Valdez, a educação cristã desempenha um papel vital em meio à repressão. As igrejas servem como refúgios de valores morais e espirituais, oferecendo às famílias o apoio que o Estado não pode fornecer. Nos últimos quatro anos, a Portas Abertas tem trabalhado para capacitar líderes de igrejas com treinamento bíblico, discipulado e estratégias de evangelismo. 
 


Esses esforços incluem métodos para envolver os jovens e fazer as igrejas crescerem em meio à perseguição. Juan Pablo foi um dos jovens que participou do treinamento e encontrou propósito depois de ter que deixar a universidade pela perseguição. 
Meu objetivo é continuar no ministério e dedicar minha vida a servir ao Senhor para continuar ganhando outros para Jesus, mesmo em meio às restrições”, diz ele. 


Prepare l
íderes cristãos na América Latina 

Para resistir à pressão e violência, líderes de igrejas na América Latina precisam estar aptos a responder à perseguição e orientar suas igrejas. Faça uma doação e apoie o treinamento bíblico de pastores e líderes cristãos na América Latina. 

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